quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Geração "nim"?

Num destes dias deparei-me com um artigo que me deixou alarmada: "Já são mais de 95.000 os 'jovens nim' ". E quem são?
Estão situados na faixa entre os 20 - 24 anos e não trabalham, nem estudam.
O pior é que, segundo os indicadores da Eurostat, este número tem vindo a crescer e, em Portugal, excede a média europeia, ocupando um lastimoso décimo lugar no ranking de país europeu com maior percentagem desta classe - A Itália e a Grécia dominam esta tabela (I wonder why...)Por sua vez,  a Holanda é o país onde esta realidade é menos expressiva.
Eu não ando propriamente alheada da realidade, mas isto deixou-me profundamente triste.
O desemprego continua com valores preocupantes e conhecemos bem o impacto nas famílias. Mas, ainda assim, o que me intriga (e que o artigo não revelava) é a razão. Serão jovens que não trabalham nem estudam pois acabaram já o ensino superior e não conseguem ingressar no mercado de trabalho? Ou serão jovens que chegaram ao fim do ensino secundário e não "sabem" se optam por trabalhar ou dar seguimento ao percurso académico? Aqui, o factor económico familiar também terá muita influência pois, convenhamos, ir para uma faculdade, ainda que pública, ainda que tenham bolsa, representa sempre uma ginástica familiar apertada (para a maioria, claro).
Serão estes jovens "nim" uns "projetos de gente" que vegetam durante o dia (e noite) sugando o rendimento dos pais? E...estes pais? Porque permitirão isto? Saturação? Depressão?
Comentei com alguns amigos esta situação e no nosso brainstorming conjunto descobrimos que "A" e "B" conhecem o filho(a) do "C" e "D" que passam o dia a dormir porque não sabem bem o que querem estudar ainda, e que precisam de um ano ou dois para pensar (?!), ou que não se sujeitam a qualquer trabalho (pois servir às mesa não é "cool") - estes geralmente querem ser "RP's" ou "DJ's", diz que está na moda!
Caramba, eu estou na casinha dos 30 (há poucos anos:)) e não me revejo nesta mentalidade, de todo!
Depois, vejo tantos recém-licenciados a aceitarem tudo o que aparece de emprego, contando com dias melhores, dependendo ainda dos pais que, coitados, mal têm para se sustentar - é triste...
Pessoalmemte, tenho um trabalho estável, mas não é, de todo, o meu sonho em termos de realização profissional, mas... há que trabalhar para pagar as continhas, senão quem paga?!
E o pânico: tenho uma filha com 6 anos - oxalá o "nim" passe de moda, rapidamente!

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